quinta-feira, 25 de junho de 2015

"São Paulo fragmentária..."

Nos últimos dias 20 e 21 de junho aconteceu a Virada Cultural aqui em SP, várias atrações, exposições e artistas estavam presentes nesta edição da Virada a qual leva este nome justamente por virar de sábado para domingo a madrugada, bem como por ser repleta de atrações que promovem cultura a todas as classes sociais. Todo ano tem Virada Cultural, então, se você perdeu este ano prepara-se para o próximo. Segundo alguns paulistanos esta edição foi uma das mais bem organizadas e seguras. Para quem quer dar uma espiadinha e começar se programar para o ano que vem, pode conferir aqui.
Os Shows que assisti foram: um do Nando Reis e outro do Caetano Veloso os quais sem dúvida estavam maravilhosos e de graça, não havia muita gente, pois as atrações foram bem distribuídas em vários bairros e tinha muita coisa boa em todos eles, preencheram todos os horários inclusive na madrugada, sendo ainda disponibilizado metrô e CPTM durante às 24 horas do evento.


Cada dia que passa aprendo gostar ainda mais de SP, e ainda em clima de ViRaDa CuLTuRal, quero expressar o que SP também significa na minha visão, através das palavras de Arnaldo Antunes com o texto "Alma Paulista", tenho certeza que você também irá concordar com ele:

Alma Paulista
Arnaldo Antunes

2000



Foi por me sentir genuinamente desidentificado com qualquer sentimento nacionalista ou patriótico, ou com qualquer espécie de regionalismo, que escrevi e cantei coisas como: "Não sou brasileiro, não sou estrangeiro / Não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum, sou de lugar nenhum / Não sou de São Paulo, não sou japonês / Não sou carioca, não sou português / Não sou de Brasília, não sou do Brasil / Nenhuma pátria me pariu", ou "Riquezas são diferenças", ou "Aqui somos mestiços mulatos cafuzos pardos mamelucos sararás crilouros guaranisseis e judárabes / Orientupis orientupis / Ameriquítalos luso nipo caboclos / Orientupis orientupis / Iberibárbaros indo ciganagôs / Somos o que somos, somos o que somos / Inclassificáveis, inclassificáveis". 


Ao mesmo tempo, creio só terem sido possíveis tais formulações pessoais pelo fato de eu haver nascido, crescido e vivido sempre em São Paulo. Por essa ser uma cidade que permite, ou mesmo propicia, esse desapego para com raízes geográficas, raciais, culturais. Por eu ver e viver São Paulo como um gigante liquidificador onde as informações diversas se misturam, se atritam gerando novas fagulhas, interpretações, exceções.



Por sua multiplicidade de referências étnicas, linguísticas, culturais, religiosas, arquitetônicas, culinárias...



São Paulo não tem um símbolo que dê conta de sua diversidade. Nada aqui é típico daqui. Não temos um corcovado, um berimbau, uma arara, um cartão postal. São Paulo são muitas cidades em uma — do Brás a Pinheiros, do Morumbi à Freguesia do Ó, de Osasco ao Jardim Europa, da Consolação ao Pacaembú, da Móoca a Higienópolis, do Paraiso ao Ipiranga, da Vila Madalena à Liberdade. De um bairro a outro pode mudar tudo — a paisagem, os rostos, os letreiros, as praças, as lojas, o jeito, os sotaques.



Sempre me pareceram sem sentido as guerras, as fileiras nazistas, os fundamentalismos, a intolerância ante a diversidade, a xenofobia nacionalista, a "macumba para turista" de que falava Oswald de Andrade. O nacionalismo sempre me pareceu ligado ao desejo de poder, enquanto as manifestações que positivam a convivência com as diferenças são para mim sintomas de potência individual diante do mundo.



Assim, fui me sentindo cada vez mais um cidadão do planeta; sem nacionalidade, sem raça, sem religião. Acabei atribuindo parte desse sentimento à formação miscigenada do Brasil.



Acontece que a miscigenação brasileira parece ter se multiplicado em São Paulo com feições de imigrantes de muitos outros povos (judeus italianos coreanos africanos árabes alemães portugueses ciganos nordestinos indígenas latinos etc.), num ambiente urbano que foi crescendo para todos os lados, sem limites.



Até a instabilidade climática daqui parece haver contribuído para essa formação aberta ao acaso, à imprevisibilidade das misturas. 



Ao mesmo tempo temos preservados inúmeros nomes indígenas designando lugares, como Ibirapuera, Anhangabaú, Butantã, etc. Primitivismo em contexto cosmopolita, como quis e soube vislumbrar Oswald.



Não é a toa que partiram daqui várias manifestações culturais que souberam conceituar e positivar essa condição de hibridez antropológica, social e cultural. A Antropofagia, a poesia Concreta, a Tropicália ("um neo-antropofagismo" — segundo depoimento de Caetano na época — gestado em São Paulo, apesar dos inúmeros protagonistas baianos).



São Paulo fragmentária, com sua paisagem recortada entre praças e prédios; com o ruído dos carros entrando pelas janelas dos apartamentos como se fosse o ruído longínquo do mar; com seus crepúsculos intensificados pela poluição; seus problemas de trânsito miséria e violência convivendo com suas múltiplas ofertas de lazer e cultura; com seu crescimento indiscriminado, sem nenhum planejamento urbano; com suas belas alamedas arborizadas e avenidas de feiura infinita.



São São Paulo meu amor, como quis Tom Zé.



São Paulo meu horror, como no Pavilhão 9.



São Paulo de muitas faces, para que façamos a nossa, a partir de sua matéria múltipla e mutante.



Talvez isso constitua alguma forma de identidade.



in “Alma Paulista”, Textos de Arnaldo Antunes e Tom Zé, Fotografias de Vanderlei Guedes, Ricardo Teles, Romulo Fialdini, Patrícia Cardoso, Caludio Edinger, Alerto de C. Alves, Cristiano Mascaro, Alvaro Maya, Carlos Goldgrub e Lau Polinésio. Abooks Editora, São Paulo, 2000.


terça-feira, 9 de junho de 2015

Indo de Metrô e CPTM!!

Em São Paulo na região metropolitana existe como meio de transporte público a CPTM(trem), metrô e o ônibus(EMTU), hoje o assunto é CPTM e Metrô. 
A CPTM possui atualmente cerca de 92 estações ativas em seis linhas, que totalizam 258,4 km na sua malha ferroviária. Este sistema faz parte da Rede Metropolitana de São Paulo(segundo o Wikipédia Brasil).
O metrô de SP é o maior e mais movimentado sistema de transporte metroviário do Brasil, com uma extensão de 78,7 quilômetros de linhas ferroviárias distribuídas em seis linhas, que possuem um total de 67 estações. Já foi considerado em 2010 o melhor sistema de transporte sobre trilhos da América Latina pelo The Metro Awards. No entanto, a superlotação, as falhas constantes e as greves vem gerando muita insatisfação pelos usuários (segundo o Wikipédia Brasil). Essa semana mesmo(primeira semana de junho/2015) ocorreu uma greve, justa, mas que fez muitas pessoas perderem ou chegarem bem atrasados no trabalho, escola, universidade, etc. Quando ocorre as greves é sempre bom lembrar de rotas alternativas, pois nem sempre paralisa todas as linhas do metrô e da CPTM, ainda assim, tem o ônibus ou vice-versa.


Comprando os passes - comprar o passe é bem simples, vá até a bilheteria que sempre estará na entrada das estações com uma indicação bem grande. 


É sempre bom ter troco, pode acontecer de ser tarde ou muito cedo e não haver trocado para uma nota de R$50,00 reais ou mais por exemplo, e aí você vai ter que esperar ou simplesmente não ir; uma boa ideia é comprar o passe de ida e volta de uma vez só, principalmente se você vai voltar no mesmo dia, mas tenha cuidado em guardá-lo pois o mesmo contém uma mensagem magnética e pode não passar no leitor caso esteja riscado, amassado, etc. Lembrando que o Metrô e a CPTM não aceitam cartão de crédito/débito.
O melhor de tudo é você garantir o seu bilhete único que irá facilitar a vida em tudo, pois não precisa enfrentar filas, pode ser solicitado de graça e carregado direto pelo site da SPTrans ou nas máquinas que estão disponíveis nas estações, é bem bonitinho, tem a sua fotinho e ainda pode ser colocado em uma capinha linda =). Sem contar a comodidade de poder fazer transferências entre linhas do metrô e ônibus de forma gratuita, mais informações no site SPTrans e próximos posts.
Logo após, você compra o passe, dirija-se para às catracas que tiverem uma seta verde, coloque o passe na máquina ou posicione o bilhete único na parte superior da máquina e pronto você pode passar na catraca tranquilamente, aí então, observe as placas com os sentidos das rotas e se dirija à plataforma.




Horário de funcionamento: CPTM e metrô - em geral é de domingo à sexta das 4h40min à 00h; de sábado para domingo das 4h40min à 1h, há algumas linhas que vão além da meia-noite, mas é melhor não arriscar. Vale ficar atento aos horários de transferência entre as linhas da CPTM e do metrô, pois em várias rotas você vai precisar passar de uma linha do metrô para a da CPTM ou vice-versa. 
Quando nunca ir de metrô principalmente, digo isso pois a CPTM e o ônibus são até mais tranquilos (um pouco), mas o metrô no horário do rush é melhor você sentar e esperar se não quiser ser esmagada, apertada, apalmada, tudo que é "ada"(kkkkkk), sério é horrível e as pessoas até se machucam, é a dura realidade que muitas pessoas enfrentam todos os dias, pois elas tem que cumprir com seus compromissos. Nem mesmo a área preferencial escapa do sufoco. Esses horários geralmente são das 7h às 9h e das 16h30min às 18h30min, entre e depois desses horários pode-se até ir de pé mas não vai sofrer tanto. Muitas empresas colocam o início e o fim do horário de expediente antes ou depois desses horários. Importante é que se você tiver indo no contra fluxo, então não vai ter problema, ou, se estiver em estações que não há integração com outras linhas também são mais tranquilas, mas se estiver de passeio por SP evite esses horários ou vai se arrepender, como aconteceu comigo.Vai ser mais ou menos assim:


Rotas: No site da SPTrans(companhia responsável pelo sistema de transporte público de SP) tem um link na primeira página do site para buscar rotas através do trajeto, da linha ou local, tanto da CPTM, do metrô ou do ônibus, de forma separada ou interligados. 



Ainda, existe aplicativos para Smartphone com o mapa, horários e outras informações do metrô e da CPTM. Vale lembrar que geralmente estão atualizados, por exemplo em caso de greves, paralisações por manutenção ou outros motivos, é só entrar e verificar. A CPTM e o Metrô têm suas estações interligadas, então quando você for utilizar as linhas tenha cuidado com as rotas pois as linhas do mapa incluem as da CPTM e as do metrô juntas, ou seja, você pode ter que ir com a linha 3 vermelha do metrô e depois ter que trocar para a linha 12 safira da CPTM. Tem que ter cuidado também com o sentido da sua rota, as linhas tem dois sentidos que indicam um destino de um lado e um destino de outro, por exemplo, a linha 3 vermelha tem no final dos seus destinos o sentido  Palmeira-Barra Funda e do outro lado o sentido Corinthians-Itaquera, então se você estiver na Sé e quer ir para o Brás o sentido é Corinthians-Itaquera da linha 3 vermelha, para voltar basta fazer ao contrário, pegar a linha 3 vermelha sentido Palmeira-Barra Funda, é bem simples, veja:
Mapa que fica dentro dos vagões do metrô, conforme a linha.

A primeira vez que andei de metrô fiquei meio nervosa, com medo de me perder kkkkk, mas não tem como; além do mapinha acima que fica dentro de cada vagão do metrô, conforme a linha que se encontra, antes de chegar em cada estação surge uma voz avisando qual será a próxima estação, acende uma luzinha no mapinha do vagão a qual sinaliza a estação e em todas elas tem várias placas com sinalização do nome.
Uma última informação é que existe uma linha independente do metrô, a linha 4 amarela administrada pela concessionária Viaquatro, tem 7 estações e é muito bonita, passa pela Luz, República, Paulista, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros e Butantã, também é interligada normalmente com a CPTM e o metrô.


Essas foram só algumas informações sobre o metrô e a CPTM, nos próximos posts mais super informações =) Até logo!